Imagens do circuito interno de segurança de um hotel em Varginha, interior de Minas Gerais, mostram uma discussão entre cliente e recepcionista que terminou em agressões mútuas. As informações são do jornal Estado de Minas.
À polícia, o funcionário da hospedaria, de 24 anos, contou que tudo começou depois que ele exigiu a aferição da temperatura do cliente, na noite de sábado (8). As imagens foram divulgadas nesta terça-feira (11).
O vídeo mostra o momento das agressões, quando o cliente, que já se hospedou no local outras vezes e, segundo seu advogado, tentava fazer uma nova reserva (ver nota no final), aparece conversando com o funcionário.
O homem gesticula com o atendente e, em seguida, anda em direção à porta do hotel. Logo depois, ele volta, ameaça e arremessa um pedestal no funcionário. Ele ainda joga um frasco de álcool em gel na vítima.
O funcionário se defende e atinge o jovem com vários socos. Uma mulher aparece na cena e leva o rapaz embora.
Segundo a PM mineira, os militares foram acionados pelo recepcionista do hotel. “O homem contou que estava trabalhando quando o cliente chegou. Após o preenchimento do cadastro, ele teria se exaltado quando a vítima exigiu a aferição da temperatura em virtude da covid-19. O jovem disse que desviou das agressões e, depois, o homem fugiu de carro”, trecho do relato da vítima.
O jovem também contou para a polícia que, durante o registro do Boletim de Ocorrência, o cliente teria ligado diversas vezes para o hotel para ameaçar a vítima. O cliente também o acusa de fazer isso, conforme nota abaixo.
O cliente também procurou a polícia para contar outra versão. “O homem, de 30 anos, disse que sempre frequenta o local e não conhece o recepcionista. Ele teria sido tratado com grosseria pelo atendente, que ainda exigiu pagamento adiantado”, disse à polícia.
Ainda segundo a publicação, a administração do hotel preferiu não se pronunciar sobre o caso, que é investigado pela Polícia Civil de Varginha.
Outro lado
Também ao Estado de Minas, o advogado Ruan Rezende Lima relatou que seu cliente foi agredido verbalmente e foi vítima de discriminação por parte do atendente do hotel.
"Pela presente nota, esclarecemos que a situação demonstrada no vídeo, que está circulando nas redes sociais e nos aplicativos de conversa, não evidenciam a verdade dos fatos e não está sendo reproduzido na integra, prejudicando a honra e a moral do cliente. Na verdade, o cliente foi agredido verbalmente e também sofreu discriminação por parte do atendente do hotel, o qual criou empecilhos, injustificados, para não realizar a reserva", afirma o advogado em nota.
Confira a nota completa do advogado do cliente do hotel:
"Pela presente nota, esclarecemos que a situação demonstrada no vídeo, que está circulando nas redes sociais e nos aplicativos de conversa, não evidenciam a verdade dos fatos e não está sendo reproduzido na integra, prejudicando a honra e a moral do cliente.
Na verdade, o cliente foi agredido verbalmente e também sofreu discriminação por parte do atendente do hotel, o qual criou empecilhos, injustificados, para não realizar a reserva.
Ressalta-se em momento algum o atendente do hotel pediu para auferir a temperatura do Cliente. Pelo contrário, o atendente, a todo o momento, tratou o cliente com desprezo e ironia, debochando da situação e da sua condição física, e passou a buscar motivos para não realizar a reserva do quarto, inclusive exigiu o pagamento da diária de forma antecipada, vistoriou a placa do veículo, solicitou documentos pessoais da namorada do cliente. Essas exigências são atípicas para a situação.
O cliente, com intuito de resolver o problema, solicitou a presença do gerente, sendo que tal pedido fora negado pelo atendente, que passou a ironiza-lo.
O recepcionista ainda perseguiu o cliente até o veículo para tentar agredi-lo novamente. Após o ocorrido, o atendente ainda ligou diversas vezes para o telefone registrado no cadastro do cliente para ameaçá-lo.
O cliente afirma que sempre foi bem tratado pelo hotel e exalta as suas experiências passadas naquele local.
Assim, devido à situação e à parcialidade dos fatos levados a público, as medidas judiciais cabíveis serão tomadas em face dos responsáveis."