Luzitânia Silva escreveu "FOGUEIRA"

A quentura já não era a mesma, mas o laranja-avermelhado trêmulo e a flâmula amarelo-azulada brincavam enquanto meus olhos pairavam nos resquícios da fogueira de outrora. Ao tentar regenerá-la, coloquei algumas madeiras que jaziam próximas. O fogo dançava com vivacidade e passou a me aquecer de modo surpreendente e até incômodo na noite fria de são João. Éramos eu, a fogueira, a lua cheia, sons, cores, imagens, gente ao longe, solidão, pensamentos gritantes.

Afastei-me um pouco e pude sentir a brisa levemente fria que me furtava beijos rápidos, breves e refrescantes.

Ao redor, sem tanta pompa, contudo não menos belo, vi carvão e cinzas.

Ao analisar despretensiosamente a cena, notei que nossa vida é como uma fogueira: o início e o fim coexistem e só depende de nós identificarmos nossa prioridade. Focar nas dificuldades, no que nos deixa vívidos ou estabelecer um equilíbrio. Haverá início, dificuldade, recomeço e fim, entretanto, mais importante que qualquer coisa, haverá vida, então, viva. Viva!NOTÍCIA NA TELA www.noticianatela.com.br