A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, finaliza o desenho do auxílio que será concedido às famílias desabrigadas do Rio Grande do Sul para que elas possam começar a reconstruir suas casas.
A ideia, como antecipado pela coluna, é que seja concedido um voucher com o qual elas possam comprar itens como material de construção, eletrodomésticos e móveis.
O valor deve ser de R$ 5.000 por família. A proposta será apresentada ao presidente Lula (PT) nas próximas horas para que ele bata o martelo.
O voucher, no entanto, não terá restrições e as pessoas vão poder gastar no que acharem necessário.
Um integrante da equipe econômica afirmou à reportagem que uma família pode achar necessário, por exemplo, contratar um serviço de dedetização para poder retornar à sua casa.
O ministério trabalha com a possibilidade de depositar o benefício diretamente para 100 mil famílias, tendo como foco aquelas que perderam tudo nas enchentes.
O custo chegará a R$ 500 milhões.
Em um primeiro momento, a pasta estudou a hipótese de abrir linhas de crédito a juros baixos, e até mesmo zero, para as vítimas que foram atingidas de forma mais grave pelas cheias.
A conclusão foi a de que os bancos pediriam garantias de que o dinheiro seria de fato devolvido, e justamente a pessoas que perderam tudo e precisarão de um prazo longo para recuperar-se economicamente.
O governo decidiu, então, dar garantias aos bancos, cobrindo eventuais calotes.
O volume de recursos necessário para isso, no entanto, passaria de R$ 1,5 bilhão.
Seria mais fácil, barato e simples, portanto, depositar diretamente o dinheiro para as famílias, sem cobrar nada em troca.
Além do alívio financeiro, isso as liberará da burocracia necessária para a concessão de um empréstimo. Às famílias que conseguiram manter seu patrimônio, sim, deve ser oferecida uma linha de crédito com juros baixos.
Uma das preocupações do governo é com uma eventual alta nos preços devido ao inevitável aumento da demanda por material de construção e utensílios para casa.
Neste caso, os R$ 5 mil não conseguiriam cobrir as despesas iniciais mais básicas e necessárias.
A equipe de Haddad acredita ser possível fazer um acordo com a indústria e o comércio para que isso seja evitado.
Por, Política Livre