Jovem tinha 14 anos quando foi morta a tiros; adolescente marido da vítima foi indiciado e é procurado
Quase um ano após o crime, o marido da adolescente Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, segue foragido. O adolescente de 16 anos foi apontado como principal suspeito após o perfil genético dele ter sido identificado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) na arma do crime.
Em julho de 2023, Hyara foi morta com um tiro no queixo em Guaratinga, no extremo sul da Bahia, na casa em que morava com o marido. Inicialmente a investigação apontou que o irmão mais novo do adolescente atirou acidentalmente na jovem. A família da vítima, no entanto, contratou um perito que confrontou a versão apresentada pela Polícia Civil. A investigação paralela teve foco em agosto do ano passado, enquanto que o marido de Hyara foi indiciado há quatro meses.
A Polícia Civil confirmou que as investigações sobre o caso da morte da adolescente foram concluídas e o inquérito policial já foi remetido ao Ministério Público. O crime foi tratado como ato infracional análogo ao feminicídio. Como resultado da apuração da Polícia Civil, há um mandado de busca e apreensão em desfavor do jovem – que ainda não foi localizado.
Com o caso completando um ano no sábado (6), o pai de Hyara, Iago Santos, lamenta que ainda não houve justiça para a filha. "Está sendo muito difícil e doloroso ver a pessoa que matou a minha filha vivendo como se não tivesse feito nada. São três meses tentando contato com Ministério Público e não estou tendo retorno", afirma. Ele denuncia que, apesar de foragido, o ex-marido da filha é ativo nas redes sociais.
"Eu vivo doente, depressivo. Só quero justiça pela minha filha"Iago Santos, Pai de Hyara
O Ministério Pública da Bahia (MP-BA) foi procurado para informar sobre o andamento do caso, mas não retornou até a última atualização da matéria.
A reportagem também procurou o escritório de advogados que representa o adolescente suspeito e aguarda posicionamento para inclusão.
Hyara Flor foi morta em julho de 2023 em Guaratinga, no sul da Bahia. O marido da vítima, de 14 anos na época, é o principal suspeito. Ele foi apreendido em 26 de julho, no Espírito Santo, e solto no dia 14 de agosto, após o cunhado de 9 anos da adolescente assumir a autoria do disparo.
O tiro que matou Hyara atingiu o queixo dela. O delegado da Polícia Civil Robson Andrade, responsável pela investigação do caso, explicou que a criança de 9 anos, apontada na época como autora dos disparos, teria saído da residência na hora do crime e dito ao pai que disparou contra a adolescente.
"Além de oitivas com testemunhas no local, analisamos imagens das câmeras de segurança do local e, logo após o disparo, o cunhado de 9 anos sai da casa com as mãos na cabeça e diz: 'Pai, eu matei Hyara! Isso é observado pelas câmeras e confirmado por testemunhas", relatou o delegado, informando que a criança chegou a pedir para ser morta.
Em contrapartida, o laudo do perito Eduardo LIanos, profissional de São Paulo, com 30 anos de experiência na área, concluiu que o tiro não pode ter sido disparado por uma criança de 9 anos. Essa versão foi confirmada.
Segundo a família de Hyara, o crime foi cometido por vingança após um relacionamento extraconjugal entre a mãe do adolescente e o tio da vítima.