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10/10/2024

Menino de 11 anos é agredido após ser exposto por Pablo Marçal nas redes sociais


  • Um menino de 11 anos, exposto pelo ex-candidato a prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, por “não conseguir escrever”, foi agredido na escola em que estuda nesta terça-feira (8).

    Em um vídeo obtido pelo portal Metrópoles, o menino relatou ter sido chamado de “analfabeto” por um garoto mais velho, e, após se defender, foi agredido com um soco no rosto pelo outro jovem.

    A repercussão das declarações de Marçal fez com o que o menino passasse a ser chamado, pelos colegas, de “burro”. A mãe dele, Rosana, relatou que, após o acontecimento, mandou o filho para a escola apenas duas vezes, devido à vergonha.

    Segundo a mãe, que é motorista de aplicativo, a escola informou que suspenderia o agressor até o dia 21 de outubro. Rosana ainda informou que não registrou boletim de ocorrência na polícia civil.

    REPERCUSSÃO DO CASO

    Em nota, a prefeitura de São Paulo, através da Secretaria Municipal de Educação (SME), informou que repudia qualquer ato de violência dentro ou fora do ambiente escolar. Conforme a pasta, os dois estudantes foram acolhidos e os responsáveis convocados. O SME também afirmou que o Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA), composto por psicólogos e psicopedagogos, está acompanhando o caso.

    A mãe do menino afirmou querer evitar que o filho faltasse às aulas para não perder o benefício do Bolsa Família, mas agora não quer mais o deixar ir. “É capaz de meu filho morrer na escola”, afirmou. Ela contou que, desde a divulgação dos vídeos de Marçal, a vida está “um inferno” e até o seu filho mais velho sofre com os ataques direcionados ao irmão.

    O episódio em questão ocorreu durante uma agenda da campanha de Marçal na Zona Norte de São Paulo. Durante a sua caminhada pela região, o então candidato pediu que crianças assinassem o gesso que usava desde que tomou uma cadeirada do candidato José Luiz Datena (PSDB), em um debate. 

    Ao ser pedido que escrevesse o nome do bairro, Morro Doce, o garoto teve dificuldades e Marçal precisou soletrar a palavra para ele. Em entrevista à BandNews, Marçal citou o caso para ilustrar o “péssimo ensino no Brasil”, dizendo que a situação do menino “partiu o seu coração”. “Poxa, mano, um garoto de 11 anos de idade não está conseguindo escrever”.

    Ao Metrópoles, o advogado da família afirmou que a criança possui diagnóstico Transtorno de Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), e faz tratamento psicológico.

    Em áudio, obtido pelo portal, enviado pela mãe do menino, é possível constatar a indignação do menino. “Mãe, sabia que eu estava muito feliz quando eu tinha visto o Marçal? Mas eu pensei que ele não ia falar para todo mundo que eu não sei ler, não sei escrever. Agora, toda hora que eu estou indo para a rua, tem um monte de gente me xingando de analfabeto”, disse o menino no áudio.
    NOTÍCIA NA TELA www.noticianatela.com.br